O jovem Kauan Galdino Florêncio Pereira, de 18 anos, jogador de futebol amador, teve a morte cerebral confirmada após ser baleado na cabeça durante um desentendimento com um traficante em um baile funk em Queimados, na Baixada Fluminense, na madrugada do réveillon. O conflito teria começado quando Kauan acidentalmente pisou no pé do criminoso.
A notícia da morte foi divulgada na tarde desta sexta-feira (3) pela direção do Hospital Posse, localizado em Nova Iguaçu. Kauan estava internado em estado grave e, segundo informações do hospital, a morte cerebral foi constatada na noite de quinta-feira (2). A família do jovem foi notificada nesta manhã sobre o ocorrido.
Pai relembra sonhos do filho antes da tragédia
Renato Pereira, pai de Kauan, motorista de aplicativo, compartilhou com emoção as últimas lembranças de seu filho. Ele contou que, antes da tragédia, Kauan estava radiante após receber uma mensagem do Exército no primeiro minuto de 2025, informando sobre a sua designação para servir em uma Brigada de Infantaria Paraquedista.
“Ele estava muito feliz, dançando e pulando de alegria. O sonho dele sempre foi ser jogador de futebol e paraquedista. Ele conseguiu realizar um dos seus sonhos ao ser aprovado no Exército”, lembrou o pai, visivelmente emocionado.
Renato também relatou os últimos momentos de Kauan antes da violência. Por volta das 3h da manhã, Kauan foi até a casa de um tio materno e, em seguida, seguiu para o baile. “Eu pedi para ele não ir, mas ele estava empolgado, e foi. Depois, fui informado de que ele havia sido baleado”, disse.
O pai de Kauan lamentou a perda de seu filho, descrevendo-o como um jovem calmo, estudioso e sem envolvimento com violência. “Fizeram uma covardia com um menino que só queria sonhar. Ele não merecia isso”, completou.
Investigações sobre o caso seguem em andamento
A Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) investiga a morte de Kauan e o envolvimento de um traficante conhecido como 'Testa de Ferro', que, segundo informações, teria disparado contra o jovem. A polícia apura se o criminoso foi morto posteriormente por ordem do Comando Vermelho, uma das maiores facções criminosas do Brasil.
De acordo com fontes, Testa de Ferro seria o líder do tráfico de drogas da comunidade São Simão e teria sido executado por seus superiores após o incidente com Kauan. A polícia ainda investiga as circunstâncias exatas da tragédia e as possíveis motivações por trás do ato de violência.