Outubro é Rosa e traz
como conscientização a importância do diagnóstico precoce do câncer de mama. E,
assim como ocorrem com os humanos, a doença traz também um alerta para tutores
de cães e gatos. Dados do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV)
indicam que o câncer de mama afeta em média 45% das cadelas e 30% das gatas,
sendo a neoplasia mamária a mais frequente, representando entre 50 e 70% de
todos os tumores.
“As fêmeas são mais
predispostas e o tumor de mama acaba sendo o mais comum, enquanto que entre a
gatas é o terceiro com maior incidência. Em cães machos a probabilidade é
baixa, porém tem alta malignidade”, saliente a médica-veterinária e docente do
curso de Medicina Veterinária do Centro Universitário de Jaguariúna (UniFAJ),
Dra. Aline Ambrogi.
Os tumores nas mamas
costumam ser mais frequentes em cadelas a partir dos 8 anos de idade, não
castradas, e que possivelmente tenham tomado injeções anticoncepcionais.
Estudos recentes indicam como causas do câncer a predisposição genética, variações
hormonais, além da dieta e do ambiente em que convivem.
Diante do risco da
doença, é importante que o tutor fique alerta quanto ao surgimento de nódulos nas
mamas do animal. Com certa frequência, é necessário que se faça uma avaliação,
posicionando o pet de barriga para cima e apalpando suas mamas. É importante
salientar que cadelas possuem 5 pares, enquanto que os felinos quatro.
“Caso seja identificado
caroços ou bolinhas na região, é indispensável levar o animal para uma
avaliação com médico-veterinário. Num primeiro momento são realizados exames de
biópsia, citologia e histopatológico. Radiografia de tórax, ultrassonografia e
tomografia também são importantes para um melhor diagnóstico da doença”, explica
a médica-veterinária da UniFAJ.
Além de bolinhas e caroços,
outros sintomas que podem indicar que o animal está com câncer de mama são:
- Dor na região das mamas;
- Presença de secreções na região mamaria;
- Apatia;
- Falta de apetite;
- Febre;
- Dificuldade respiratória quando há evolução para metástase pulmonar).
Câncer de mama tem cura,
mas o diagnóstico precisa ser precoce
O câncer de mama em pets
tem cura, entretanto, precisa ser diagnosticado o mais cedo possível. Dados do
CFMV indicam que 20% dos diagnósticos são tardios, o que dificulta ainda mais o
tratamento. Cerca de 50% dos tumores mamários em cadelas são malignos e podem
ter comportamento agressivo ou metastático. Entre os gatos, aproximadamente 90%
dos tumores são malignos e agressivos, e 80% tendem a metastatizar em um ano.
Por isso é tão
importante realizar o diagnóstico precoce para dar início ao tratamento, que
será realizado com base no tipo de tumor, complexidade e em que estágio a
doença se encontra. A partir daí, o cuidado inicial é a remoção cirúrgica, com
margens amplas, e pode ser seguido ou não de tratamento quimioterápico.
Para a
médica-veterinária e docente do curso de Medicina Veterinária do Centro
Universitário Max Planck (UniMAX Indaiatuba), Dra. Danieli Perez Fernandes, apesar
das chances altíssimas de cura, agir de forma preventiva sempre será a melhor
opção. É importante fazer check-up em cães e gatos a cada seis meses, e o
principal: realizar a castração!
“O tumor mamário
dependente de questões genéticas e hormonais para se desenvolver e, com a
castração, conseguimos cessar essa produção. Estudos indicam que 99% das
cadelas castradas antes do primeiro cio não desenvolvem câncer de mama. A castração precoce em gatas reduz em 91% as
chances de desenvolvimento de lesões de mama. Se a castração for
realizada até o terceiro cio, a proteção é menor, mais ainda existe.”, revela.
A recomendação é castrar
cadelas e gatas entre 6 a 7 meses de vida, que é o período entre o primeiro e o
segundo cio. Evitar o uso de anticoncepcionais, como as “injeções anti cio”,
também é necessário para evitar tumores de mamas.
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