Nos últimos dias, um vídeo do Frei Gilson tem circulado nas redes sociais e gerado polêmica, com muitas interpretações divergentes sobre suas palavras. Em um trecho, o religioso pede: "Livrai-nos do comunismo", o que levou diversos veículos de comunicação a distorcê-lo, criando uma narrativa errada sobre suas intenções.
Alguns meios de comunicação têm se apressado em associar a frase do Frei Gilson a um discurso político radical, enquanto o contexto original da fala deixa claro que se tratava de uma expressão religiosa em um momento de oração. O pedido de "livramento" do comunismo se insere dentro de um contexto de proteção espiritual, algo comum em diversas orações de libertação realizadas pela Igreja Católica, que busca afastar ideologias que, na visão do Frei Gilson, podem representar ameaça aos valores cristãos.
A confusão gerada pelo vídeo reforça a ideia de que a mídia, muitas vezes, pode manipular o conteúdo para atender a uma agenda política ou para gerar mais polêmica, em vez de relatar fielmente o contexto das declarações.
Porém, é importante ressaltar que, de fato, a Igreja Católica tem uma longa tradição de orientação contra o comunismo, especialmente por conta dos princípios marxistas que desafiam alguns dos valores fundamentais da fé católica, como a defesa da propriedade privada e a centralidade da Igreja em questões sociais e espirituais.
No passado, documentos como a Divini Redemptoris (1937), assinada pelo Papa Pio XI, condenaram o comunismo por suas implicações ateístas e pela promoção de um regime que considerava contrário à dignidade humana e à liberdade religiosa. Essa orientação permanece vigente, com a Igreja Católica mantendo uma postura crítica a regimes comunistas que cerceiam a liberdade religiosa e os direitos humanos.
Portanto, ao se referir ao "comunismo" em sua oração, Frei Gilson está, em última instância, alinhado a uma doutrina que é parte da tradição da Igreja Católica, que se posiciona contra ideologias que possam minar a fé cristã e os princípios de liberdade e dignidade.