Um bebê de 11 meses foi internado com lesões graves, incluindo costelas quebradas, laceração hepática e hemorragia interna. A equipe médica suspeitou de maus-tratos e acionou a polícia, resultando na prisão da mãe e do padrasto da criança nesta quarta-feira (12), no Hospital Federal da Lagoa, Zona Sul do Rio de Janeiro.
Médicos suspeitam de agressão e alertam autoridades
A criança deu entrada na unidade de saúde após ser transferida do Hospital Municipal Rocha Faria, em Campo Grande, na Zona Oeste. O quadro clínico indicava sinais de violência, levando a direção do hospital a notificar a 15ª DP (Gávea) no dia 27 de fevereiro.
Durante as investigações, a mãe foi levada à delegacia para prestar depoimento. Segundo a Polícia Civil, o padrasto teria agredido o bebê, enquanto a mãe foi presa por omissão.
Versão do casal contradiz laudo médico
Em depoimento, a mãe e o padrasto afirmaram que, no dia 14 de fevereiro, a criança caiu da banheira durante o banho. No entanto, os médicos descartaram essa hipótese, pois as lesões eram incompatíveis com uma simples queda.
O bebê apresentava duas costelas fraturadas, laceração no fígado, hemorragia interna e hematomas nas costas. Além disso, ele sofreu uma parada cardíaca no Hospital Rocha Faria, precisando de intubação e hemodiálise para sobreviver.
Vizinhos relataram maus-tratos
Durante a apuração do caso, vizinhos informaram à polícia que frequentemente ouviam a criança chorar intensamente, além de discussões acaloradas entre o casal. Alguns chegaram a gravar áudios como prova da situação preocupante.
A investigação concluiu que o bebê foi vítima de tortura e tentativa de homicídio. Segundo a delegada Daniela Terra, titular da 15ª DP, a mãe tinha conhecimento dos maus-tratos praticados pelo companheiro, que possui antecedentes criminais por roubo e é usuário de drogas, mas não tomou nenhuma providência para proteger a criança.
Prisão preventiva e medidas de proteção à criança
Com base nos laudos médicos e depoimentos, a polícia solicitou a prisão preventiva do casal. O Ministério Público acatou a denúncia, e a Justiça do Rio de Janeiro decretou a prisão na terça-feira (11). Ambos responderão pelos crimes de tortura e tentativa de homicídio.
Após a alta hospitalar, o bebê será encaminhado ao Conselho Tutelar, que tomará as medidas necessárias para garantir sua proteção.