David Lynch, o visionário cineasta por trás de obras como Twin Peaks e Veludo Azul, faleceu aos 78 anos. No ano passado, Lynch havia revelado seu diagnóstico de enfisema pulmonar, que relacionou ao hábito de fumar, uma prática que descrevia como parte de sua "arte da vida". A informação foi confirmada pela Variety.
Uma carreira de impacto e singularidade
Lynch começou sua jornada artística como pintor e diretor de curtas, mas sua estreia em longas-metragens veio com Eraserhead (1977). O filme ganhou status cult ao se tornar um fenômeno nas sessões da meia-noite dos cinemas americanos.
Seu talento chamou a atenção da produtora de Mel Brooks, que o contratou para dirigir O Homem Elefante (1980). O drama biográfico, inspirado na vida de John Merrick, foi um sucesso de público e crítica, rendendo ao diretor sua primeira indicação ao Oscar.
Apesar do tropeço comercial com a adaptação de Duna (1984), Lynch redefiniu seu estilo com Veludo Azul (1986), consolidando-se como mestre do surrealismo e das narrativas ousadas. Nos anos seguintes, entregou obras marcantes como Coração Selvagem (1990), que lhe garantiu a Palma de Ouro no Festival de Cannes.
Revolução na TV com Twin Peaks
Ainda em 1990, Lynch transformou a televisão com Twin Peaks, série que mesclava investigação policial e drama surrealista. O sucesso inicial foi estrondoso, apesar de a segunda temporada, com menos envolvimento de Lynch, ter sido cancelada. A franquia sobreviveu com o filme derivado Twin Peaks: Os Últimos Dias de Laura Palmer (1992) e o revival Twin Peaks: O Retorno (2017), que reafirmou seu impacto cultural.
Legado cinematográfico
David Lynch explorou diversos estilos e temas ao longo de sua carreira, dirigindo obras como Estrada Perdida (1997), Uma História Real (1999) e Cidade dos Sonhos (2001), que lhe rendeu outro prêmio em Cannes. Seu último longa foi Império dos Sonhos (2006), embora tenha continuado a criar em outras mídias.
Vida pessoal
Lynch foi casado quatro vezes e deixa quatro filhos: duas filhas e dois filhos. Seu legado permanece não apenas nas telas, mas também no imaginário cultural, onde seu trabalho segue como referência de inovação e autenticidade.
