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Caso Ana Hickmann: Entenda a Pensão Compensatória que a apresentadora foi condenada a pagar ao ex-marido

A Pensão Compensatória vai além de garantir o sustento. Seu objetivo principal é restabelecer o equilíbrio financeiro entre ex-cônjuges após o divórcio.



O advogado Lucas Costa explica como funciona essa modalidade e em quais casos ela é aplicada.

O que é a Pensão Compensatória?

Diferente da pensão alimentícia, que cobre necessidades básicas, a pensão compensatória busca corrigir o desequilíbrio econômico gerado pela separação.

Lucas Costa esclarece:

"Não se trata de sustento, mas de compensar o cônjuge que ficou em desvantagem econômica devido ao divórcio, especialmente em casos em que o patrimônio foi construído conjuntamente, mas ficou sob administração de uma das partes."

No caso de Ana Hickmann, o tribunal considerou que Alexandre Correa foi afastado da gestão das empresas que dividia com a apresentadora, sua principal fonte de renda durante o casamento. Apesar do sucesso estar atrelado à imagem de Ana, a justiça reconheceu a contribuição ativa de Alexandre na administração, justificando a pensão.

Por que foi aplicada neste caso?

Segundo Lucas, a lógica da pensão compensatória é clara:

"Imagine um casal com um negócio em comum. Após o divórcio, se a administração ficar exclusivamente com um dos cônjuges, o outro, que dependia dessa fonte de renda, pode requerer alimentos compensatórios enquanto reestrutura sua vida financeira."

Essa foi a base da decisão no caso de Ana Hickmann. A justiça avaliou que o afastamento de Alexandre das empresas do casal gerou um desequilíbrio patrimonial que precisa ser temporariamente corrigido.

Diferenças entre pensão alimentícia e compensatória

Lucas Costa destaca as diferenças:

  • Pensão alimentícia: Garante a subsistência de dependentes, como filhos menores ou um cônjuge financeiramente dependente.
  • Pensão compensatória: Corrige o desequilíbrio econômico causado pelo fim do casamento, sem relação direta com o sustento.

No caso de Ana Hickmann, os R$ 15 mil mensais foram estipulados como um valor provisório, válido até a conclusão do processo judicial.

Quando a pensão compensatória é aplicada?

Lucas aponta os principais cenários em que esse tipo de pensão é concedido:

  • Patrimônio construído em conjunto: Quando ambos contribuíram, seja diretamente ou indiretamente, para a formação do patrimônio.
  • Desequilíbrio econômico: Quando a separação favorece financeiramente apenas um dos cônjuges.
  • Exclusividade na administração: Quando um dos cônjuges é afastado da gestão de bens ou empresas compartilhadas.

"A compensação é uma forma temporária de equilibrar as consequências econômicas do divórcio", explica Lucas.

Uma decisão que gera debates

A decisão envolvendo Ana Hickmann reacendeu discussões sobre desigualdade econômica em divórcios, principalmente em casamentos de longa duração.

Lucas ressalta:

"Os alimentos compensatórios não são permanentes. Eles permanecem até que o beneficiário consiga se reestruturar financeiramente ou até a divisão definitiva do patrimônio."

Além disso, Alexandre também foi condenado a pagar R$ 4.500 mensais como pensão alimentícia para o filho do casal, Alezinho.

Quem é Lucas Costa?

Lucas Costa é advogado especializado em Direito de Família, com formação pelo Centro Universitário Curitiba (UNICURITIBA) e pós-graduação em Direito Processual Civil pela ABDCONST.

Ele é membro do Instituto Brasileiro de Direito de Família (IBDFAM) e possui experiência de mais de nove anos em casos envolvendo violência doméstica, Direito de Família e Sucessões. Atualmente, Lucas atende em todo o Brasil com seu escritório físico localizado em Curitiba/PR.