Após a trágica perda de Chester Bennington em 2017, diversas bandas covers do Linkin Park começaram a surgir, conquistando a atenção de fãs. Entre elas, o Hybrid Theory, considerado o “tributo definitivo”, até teve a oportunidade de se apresentar no Rock in Rio Lisboa 2024, ganhando destaque pela semelhança da voz de Yves Alezandro com a do saudoso vocalista. Contudo, Mike Shinoda, membro original do Linkin Park, tem uma visão crítica sobre esses tributos.
Em entrevista à rádio Alt 98.7, Shinoda compartilhou suas impressões ao assistir a vídeos de bandas cover que imitavam o estilo de Linkin Park de maneira excessiva. Ele revelou que, embora ache interessantes as tentativas de replicar o som da banda, se sente desconfortável com a busca pela cópia perfeita de Chester.
“Vi um vídeo de uma banda cover, e todos estavam dizendo: ‘Essa pessoa canta tão bem, soa tanto como o Chester’. O cérebro tende a gostar do que se aproxima do real, mas antes de chegar lá, ele cria uma reação oposta. Começamos a achar estranho, porque percebemos que estamos sendo enganados, e ninguém gosta disso”, comentou o músico.
Shinoda descreveu a ideia de bandas tentarem imitar Chester Bennington como “legal, mas assustadora”. Ele afirmou que, apesar de reconhecer o bom trabalho das bandas covers, essa não era a direção que o Linkin Park queria seguir. “É muito legal, mas é estranho ver alguém tentando replicar tanto o Chester. Isso me deixou desconfortável e me fez perceber que não é o caminho para a nossa banda. Essas bandas fazem um ótimo trabalho, mas eu não colocaria alguém assim na nossa formação”, explicou.
Essa postura de Shinoda já havia sido expressa anteriormente. Em uma transmissão ao vivo para o fã-clube Portal Linkin Park, ele destacou sua visão sobre as tentativas de imitar Chester: “Eu não gostaria de trabalhar com alguém que tenta ser um Chester de segunda mão. Se alguém é bom, ótimo, mas forçar a voz para soar como o Chester não é o que eu procuraria.”
O Futuro do Linkin Park
Desde o retorno do Linkin Park no início de setembro, Shinoda tem enfatizado que a nova fase da banda não se trata de imitar o passado, mas de iniciar um novo capítulo. Em uma apresentação na Califórnia, ele afirmou que o objetivo não é apagar o legado de Chester, mas seguir adiante com uma nova abordagem.
A proposta da banda, que agora conta com Emily Armstrong nos vocais e Colin Brittain na bateria, é oferecer algo original. "Não é uma imitação do Linkin Park clássico", afirmou Shinoda em entrevista ao programa Radio 1’s New Music Show. Para ele, o desafio era começar do zero com uma nova voz, sem tentar substituir Chester.
Emily Armstrong, segundo Shinoda, não está tentando ser outra pessoa. Ela traz sua própria paixão e autenticidade, o que, para o músico, é o que torna a nova formação do Linkin Park especial. “Ela não tenta ser Chester. Ela mostra quem ela realmente é, e é por isso que funciona.”
Com essa nova fase, o Linkin Park se reinventa, mantendo o legado do passado, mas buscando novos horizontes sem a pressão de tentar substituir o irreplaceável Chester Bennington.