Presidente Leila Pereira é notificada e caso gera debate sobre responsabilidade de clubes em atos violentos
O Palmeiras enfrenta mais do que desafios em campo nesta quarta-feira (4), quando joga contra o Cruzeiro no Mineirão. A partida, válida pelo penúltimo compromisso da temporada de 2024, ocorre em meio a uma polêmica jurídica que pode trazer consequências graves ao clube. A Sociedade Esportiva Palmeiras foi surpreendida com um processo milionário movido por familiares de José Victor dos Santos Miranda, torcedor do Cruzeiro morto em uma emboscada promovida pela Mancha Alviverde, em outubro deste ano.
Entenda o processo contra o Palmeiras
A ação judicial, protocolada no Tribunal de Justiça de São Paulo, exige indenização de R$ 9 milhões por danos morais e custos legais. Os familiares da vítima, representados pelo advogado Juliano Pereira Nepomuceno, acusam o clube paulista de omissão e negligência. Segundo o processo, o Palmeiras teria falhado em adotar medidas preventivas contra a violência praticada pela torcida organizada Mancha Alviverde, mesmo diante de seu histórico de incidentes graves.
Um trecho da ação afirma: "Mesmo ciente de conflitos violentos envolvendo a torcida organizada, incluindo episódios fatais, o clube não implementou ações eficazes para evitar novos atos de violência. Essa inércia contribuiu diretamente para a ocorrência do crime."
Posicionamento do clube e da presidente Leila Pereira
Nos bastidores, a direção do Palmeiras demonstrou indignação com o processo. Segundo fontes próximas ao clube, a diretoria acredita que não possui qualquer responsabilidade sobre o ocorrido, uma vez que o crime aconteceu em uma rodovia federal, fora de qualquer jurisdição ou controle direto do clube. Além disso, a presidente Leila Pereira possui uma medida protetiva contra líderes da Mancha Alviverde, reforçando sua distância da torcida organizada.
O processo foi recebido com surpresa, especialmente após a prisão de dez pessoas envolvidas na emboscada, durante uma operação realizada pela Polícia Civil. No entanto, os principais líderes da Mancha, incluindo Jorge Luiz Sampaio Santos e Felipe Mattos dos Santos, permanecem foragidos, segundo informações das autoridades.
Impacto no jogo entre Cruzeiro e Palmeiras
A partida entre Cruzeiro e Palmeiras também foi marcada por decisões controversas. Apesar de pedidos do governo de Minas Gerais para que o confronto fosse realizado com torcida única, a CBF optou por liberar a presença de ambas as torcidas no Mineirão. Essa decisão gerou tensão, especialmente após os episódios de violência recentes.
O que dizem os especialistas sobre a responsabilidade dos clubes?
A questão da responsabilidade de clubes em atos violentos de torcidas organizadas é tema recorrente no futebol brasileiro. Especialistas apontam que, embora os clubes nem sempre tenham controle direto sobre as ações de torcedores fora dos estádios, há uma expectativa de que promovam iniciativas de prevenção e colaboração com as autoridades para evitar tragédias.
Enquanto o caso segue na Justiça, o episódio reacende o debate sobre o papel das instituições esportivas na promoção da segurança e da paz no futebol.
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