Ministério da Defesa decide demitir Anderson Freire Barboza após publicação em grupo de WhatsApp
O Ministério da Defesa determinou a exoneração do coronel da reserva Anderson Freire Barboza, que ocupava o cargo de diretor do Curso de Gestão de Recursos de Defesa da Escola Superior de Guerra (ESG). A decisão foi tomada após a divulgação de mensagens nas quais o militar questionava a legitimidade da eleição de 2022 e criticava a atuação da Polícia Federal (PF) nas investigações relacionadas a um possível golpe. A publicação oficial sobre a demissão está prevista para ser divulgada no Diário Oficial da União (DOU) nesta quarta-feira, 27 de novembro de 2024.
Na mensagem, que circulou em um grupo de WhatsApp com centenas de membros, incluindo professores e ex-alunos da ESG, Barboza afirmou que as eleições de 2022 foram "roubadas" e chamou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva de “ladrão”. Ele também questionou a investigação da PF sobre uma suposta tentativa de golpe, dizendo que a trama estava sendo perpetrada sob a liderança do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Desabafo e Repercussão no Meio Militar
O coronel justificou sua postagem como um "desabafo", afirmando que se referia à competência dos militares mencionados nas investigações da PF, que incluem oficiais de alta patente, como os generais Augusto Heleno e Braga Netto, entre outros. Barboza destacou que a situação gerou tristeza entre os militares que ele conhece, devido à integridade dos profissionais envolvidos.
A mensagem foi compartilhada na noite de quinta-feira (21) e rapidamente gerou repercussão. Ela foi dirigida a um grupo de WhatsApp composto por membros da ESG, uma instituição vinculada ao Ministério da Defesa. Em sua declaração, o coronel enfatizou o sentimento de desapontamento com os acontecimentos e a forma como os militares foram tratados nas investigações.
Investigações da Polícia Federal e Consequências Legais
A publicação ocorre no mesmo contexto em que a Polícia Federal indiciou 37 pessoas por envolvimento em uma trama para a tentativa de golpe de Estado. A lista inclui figuras como o ex-presidente Jair Bolsonaro, generais do Exército, membros do governo anterior, e aliados políticos, como o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e o ex-ministro da Justiça Anderson Torres.
A PF enviou um relatório detalhado ao STF, no qual incluiu os nomes de figuras políticas e militares, sendo que o sigilo sobre o documento foi retirado pelo ministro Alexandre de Moraes no último dia 26. A situação continua a gerar grandes discussões sobre o papel das Forças Armadas e a investigação das tentativas de subversão da ordem democrática.
A exoneração de Barboza reflete a seriedade com que o Ministério da Defesa trata declarações que questionam a legitimidade das instituições democráticas e a integridade das investigações em andamento.
0 Comentários