O Modelo Americano e a Comparação com o Sistema Brasileiro
Nos Estados Unidos, o número de delegados de cada estado é determinado pela quantidade de deputados e senadores que ele possui no Congresso. Cada estado tem pelo menos três delegados, independentemente do número de habitantes. Por exemplo, a Califórnia, com 52 deputados e dois senadores, possui 54 delegados, enquanto estados menores como Alasca e Delaware, com apenas um deputado e dois senadores, têm três delegados cada. Ao todo, os EUA têm 538 delegados.No Brasil, o Congresso Nacional é composto por 594 parlamentares: 513 deputados e 81 senadores. Se fosse adotado o mesmo modelo dos Estados Unidos, o número de delegados seria calculado da mesma forma — somando o número de deputados e senadores de cada estado. Isso significaria uma representação proporcional para cada estado, com o número de delegados variando conforme a quantidade de parlamentares. O Distrito Federal, assim como no modelo dos EUA, seria considerado, com 8 deputados e 3 senadores, somando 11 delegados.
Como Ficaria a Distribuição dos Delegados no Brasil?
Utilizando esse modelo, os estados com menor número de delegados seriam os que possuem 8 deputados e 3 senadores. Eles teriam 11 representantes cada, incluindo o Distrito Federal e estados como Acre, Amapá e Amazonas. Já os estados com maior número de parlamentares teriam a seguinte distribuição de delegados:São Paulo: 73 delegados (70 deputados e 3 senadores)
Minas Gerais: 56 delegados (53 deputados e 3 senadores)
Rio de Janeiro: 49 delegados (46 deputados e 3 senadores)
Bahia: 42 delegados (39 deputados e 3 senadores)
Rio Grande do Sul: 34 delegados (31 deputados e 3 senadores
Quem Teria Vencido as Eleições de 2022 com Esse Modelo?
No segundo turno das eleições presidenciais de 2022, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) teria vencido o pleito se o Brasil adotasse o sistema eleitoral dos Estados Unidos. Isso porque, ao usar a soma de delegados, Bolsonaro obteve 318 delegados, enquanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teria conquistado 276 delegados.
Essa vitória de Bolsonaro se explica pela sua ampla vitória nos estados com maior número de parlamentares, como São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Paraná, que somam 189 delegados no total. Esses estados seriam determinantes para o triunfo de Bolsonaro. Além disso, outros estados com maior peso no cálculo, como Goiás e Santa Catarina, também contribuiriam para a vitória do ex-presidente.
Esse resultado demonstra como a distribuição proporcional de delegados pode alterar significativamente o cenário eleitoral, dependendo da composição do Congresso em cada região. Portanto, o modelo americano, que privilegia os estados mais populosos e representativos, teria um impacto direto no desfecho da eleição presidencial no Brasil.
Conclusão
Caso o Brasil adotasse o modelo eleitoral dos Estados Unidos, com base no número de parlamentares federais, o resultado das eleições de 2022 teria sido diferente, com a vitória de Jair Bolsonaro. Esse modelo evidencia como a distribuição proporcional de poder entre os estados pode influenciar os resultados de uma eleição presidencial, tornando o cenário mais competitivo e com variações significativas no processo democrático. A análise feita pelo Pleno.News oferece uma nova perspectiva sobre as possibilidades eleitorais no Brasil, caso o sistema americano fosse aplicado.