Emiliano Queiroz, ator de renome e um dos rostos mais icônicos da televisão brasileira, faleceu na manhã desta sexta-feira (4) aos 88 anos. Conhecido por interpretar personagens memoráveis, como o famoso Dirceu Borboleta na novela "O Bem-Amado" (1973), o artista marcou a história da teledramaturgia brasileira ao participar da primeira novela da TV Globo, "Ilusões Perdidas" (1965). O ator estava internado na Clínica São Vicente, na Gávea, Zona Sul do Rio de Janeiro, onde tratava problemas cardíacos. Sua morte foi causada por uma parada cardíaca.
Recentemente, Emiliano passou por uma cirurgia para implantar três stents no coração. Na última quinta-feira (3), após receber alta hospitalar, ele voltou para casa, mas, na madrugada de sexta, por volta das 4h30, começou a se sentir mal. Ele foi levado novamente ao hospital, onde sofreu a parada cardíaca e não resistiu.
O ator era casado há 51 anos com Maria Letícia, advogada e também atriz. Ele deixa uma extensa família, incluindo 14 filhos, 8 netos e 3 bisnetos. Detalhes sobre o velório e a cremação ainda não foram divulgados.
Carreira marcada por sucessos na TV, teatro e cinema
Emiliano Queiroz construiu uma carreira de sucesso na televisão, com papéis em novelas icônicas, como "Pai Herói" (1979), "Cambalacho" (1986), "Senhora do Destino" (2004) e, mais recentemente, "Espelho da Vida" (2018) e "Éramos Seis" (2020). Um de seus últimos trabalhos na TV foi na novela "Além da Ilusão" (2022), onde participou de cinco capítulos. Entre seus papéis mais recentes que ganharam destaque, está o Tio Bernardo em "Alma Gêmea" (2005), atualmente reprisada no "Vale a Pena Ver de Novo" da TV Globo.
No teatro, Queiroz também deixou sua marca. Ele participou da primeira montagem de "O Pagador de Promessas" no Teatro Brasileiro de Comédia, em 1960, e interpretou Geni na primeira versão do musical "Ópera do Malandro", de Chico Buarque, em 1978. Outro destaque foi seu papel na peça "Navalha na Carne", de Plínio Marcos, em 1969.
Um legado que transcende gerações
Natural do Ceará, Emiliano Queiroz começou sua jornada artística ainda jovem, aos 14 anos, no Teatro Experimental de Arte. Anos mais tarde, após uma temporada em São Paulo e passagem pela TV Ceará, foi para a TV Paulista, onde integrou o elenco de "Eu Amo Esse Homem" (1964). Sua estreia na Globo veio em "Ilusões Perdidas", primeira novela da emissora.
Seu papel mais marcante veio em 1972, com Dirceu Borboleta em "O Bem-Amado", personagem que entrou para a história da TV brasileira pelo seu jeito peculiar, com gestos nervosos e gagueira característica. A interpretação de Queiroz cativou o público, e ele retomou o personagem em outras produções, como o seriado "O Bem-Amado" (1980-1984) e na "Escolinha do Professor Raimundo" (1994).
Além da televisão e teatro, Queiroz também brilhou no cinema. Ele venceu o Kikito de Ouro de Melhor Ator Coadjuvante no Festival de Gramado por sua participação no filme "Stelinha" (1990). Atuou também em obras como "Madame Satã" (2002) e "Casa de Areia" (2005), consolidando sua versatilidade artística.
Emiliano Queiroz deixa um legado imortal na cultura brasileira. Sua trajetória e suas contribuições para o teatro, televisão e cinema continuarão a inspirar gerações futuras.