Um incidente chocante ocorreu em Bossou, Guiné, quando um chimpanzé arrancou uma criança de oito meses dos braços de sua mãe e a matou. A mãe, Seny Zogba, estava trabalhando em uma plantação de mandioca quando o animal atacou, levando o bebê, Yoh Hélène, para a floresta. A criança foi encontrada morta e mutilada a 3 km da Reserva Natural das Montanhas Nimba, com sinais de que o chimpanzé pode ter utilizado ferramentas para cometer o ataque.
Por que o ataque ocorreu?
O pesquisador-chefe Gen Yamakoshi explicou ao jornal The Times que o comportamento agressivo dos chimpanzés na região está relacionado à falta de medo dos humanos. Segundo Yamakoshi, a escassez de alimentos dentro da reserva tem forçado os animais a deixar suas áreas habituais e se aproximarem das populações humanas, o que aumenta a probabilidade de confrontos.
Comunidade reage com indignação
A morte brutal de Yoh Hélène gerou uma grande revolta na comunidade local. Enfurecidos, moradores invadiram o Instituto de Pesquisa Ambiental de Bossou, onde cientistas estudam os chimpanzés da região há décadas. Durante o ataque ao instituto, os manifestantes destruíram equipamentos valiosos, como drones e computadores, e incendiaram documentos importantes.
Joseph Doré, um dos manifestantes, declarou que a maneira cruel como a menina foi morta provocou uma onda de indignação. Alidjiou Sylla, ecologista local, reforçou que a diminuição de alimentos na reserva está empurrando os animais para fora de seus territórios, aumentando o risco de novos ataques. Desde o início do ano, seis incidentes envolvendo chimpanzés e humanos foram registrados, sendo o ataque à bebê Yoh Hélène o mais grave até o momento.
Este trágico episódio levanta questões sobre o equilíbrio entre a preservação da vida selvagem e a segurança das populações humanas, especialmente em áreas onde o habitat natural dos animais está sob ameaça.