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Caixa Econômica Federal Reduz Cota de Financiamento Habitacional e Exige Maior Entrada da Classe Média

Banco altera percentual de financiamento e aumenta exigência de entrada para imóveis financiados pelo SBPE. Essas mudanças afetam o financiamento habitacional de até R$ 1,5 milhão, mas o programa Minha Casa Minha Vida permanece inalterado.

Qual o motivo para o ajuste nas regras de financiamento?

Com a diminuição dos recursos provenientes da caderneta de poupança, a Caixa Econômica Federal decidiu modificar as condições de seus financiamentos habitacionais voltados à classe média. Na linha de crédito mais acessada, a cota de financiamento foi reduzida de 80% para 70%, exigindo agora uma entrada de 30% do valor do imóvel. A medida é mais rigorosa para imóveis de menor valor e visa uma análise de risco mais criteriosa na concessão do crédito.

Impacto nas Linhas do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimos (SBPE)

Os recursos destinados ao SBPE, que oferece financiamento para imóveis de até R$ 1,5 milhão com juros limitados a 12% ao ano, foram diretamente afetados. Para os contratos da tabela Price, onde as parcelas são fixas e com juros mais elevados, a Caixa limitou o financiamento a 50% do valor do imóvel, demandando entrada de 50% pelos compradores. Essas novas condições entram em vigor em 1º de novembro.

Como ficam as metas de financiamento e recursos disponíveis?

Com a meta de R$ 70 bilhões para 2024 quase esgotada, a Caixa já liberou cerca de R$ 63,5 bilhões até setembro, o que corresponde a 90% do total planejado para o ano. Esse cenário de alta demanda e restrição de recursos tem levado o banco a adaptar as condições para manter as operações sem interrupções. O volume reduzido de depósitos na poupança tem sido um obstáculo para ampliar o crédito habitacional, especialmente no cenário de juros elevados.

Buscando alternativas para financiar o crédito habitacional

A Caixa explora alternativas para garantir a sustentabilidade do crédito habitacional no país. A vice-presidente de Habitação, Inês Magalhães, propôs uma redução temporária do compulsório — percentual de depósitos da poupança que os bancos direcionam ao Banco Central. Outra possibilidade seria estimular o mercado secundário de crédito imobiliário, onde carteiras de crédito podem ser negociadas, mas as altas taxas de juros dificultam a movimentação deste mercado.

Financiamento pelo FGTS: suporte ao Minha Casa Minha Vida

A demanda por financiamento habitacional conta com o suporte de R$ 120 bilhões do FGTS para o programa Minha Casa Minha Vida, garantindo a continuidade dos contratos neste setor. Contudo, esse programa é restrito a imóveis de até R$ 350 mil e voltado para famílias com renda de até R$ 8 mil mensais, o que limita seu alcance. Prometida para abranger famílias de renda até R$ 12 mil, a expansão para a classe média ainda aguarda aprovação.

Declarações e posicionamento da Caixa Econômica

Em comunicado, a Caixa informou que está continuamente avaliando opções para atender a crescente demanda por financiamentos habitacionais e colaborar com o mercado e o governo para promover novas soluções e expandir o crédito imobiliário no país, considerando também as ações dos demais agentes do setor.

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