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Nubank Adota Home Office em Contramão ao Mercado


Fintech brasileira mantém modelo superflexível enquanto outras empresas retornam aos escritórios

Em 2020, no início da pandemia de covid-19, o Nubank adotou o trabalho remoto. Na época, a empresa tinha 2,7 mil funcionários e 23 milhões de clientes no Brasil. Hoje, a fintech cresceu para mais de 7 mil funcionários e 100 milhões de clientes em todo o mundo, mantendo o home office como parte central de sua estratégia.

Desde 2022, o Nubank implementou um modelo híbrido inovador, conhecido como "Nu Way of Working". Neste formato, os funcionários precisam comparecer ao escritório apenas uma semana a cada três meses, com a empresa arcando com os custos de deslocamento. Aqueles que desejam frequentar o escritório mais vezes podem agendar salas e cadeiras pelo sistema interno.

Essa abordagem do Nubank contrasta com a tendência entre as grandes empresas de tecnologia. Gigantes como Amazon, Apple, Google, Meta, TikTok, SpaceX, OpenAI, Dell e até o Zoom têm exigido o retorno dos funcionários aos escritórios, em modelos totais ou parciais.

O retorno ao trabalho presencial tem gerado insatisfação entre os funcionários, especialmente nos Estados Unidos, levando a um êxodo de talentos das grandes empresas de tecnologia. Em contrapartida, a política de home office do Nubank tornou-se um atrativo para profissionais em um mercado onde há escassez de talentos, especialmente no setor de tecnologia.

Vitor Olivier, chefe de tecnologia (CTO) do Nubank, destacou em entrevista ao Estadão que esta flexibilidade é um diferencial competitivo. "Quando a empresa adota o home office, consegue contratar pessoas do mundo inteiro. É difícil para uma empresa com cultura focada no escritório contratar talentos do Vale do Silício", afirmou Olivier. Ele mencionou que o Nubank possui funcionários de tecnologia não apenas no Brasil, mas também na Alemanha, Colômbia, Estados Unidos, Índia e México.

O Nubank, desde sua fundação em 2014, tem se destacado pela inovação e uso de inteligência artificial, com Olivier liderando mais de dois mil funcionários na área de programação e definindo estratégias tecnológicas para sustentar o banco digital.

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