A gigante farmacêutica AstraZeneca anunciou a retirada global de sua vacina contra a Covid-19, a Vaxzevria, em resposta a preocupações relacionadas a um efeito adverso raro. A decisão, divulgada pelo jornal britânico The Telegraph nessa terça-feira (7), entra em vigor imediatamente, impactando a União Europeia e outros territórios onde a vacina estava em uso.
O movimento ocorre após a empresa solicitar voluntariamente a retirada da autorização de comercialização da vacina em 5 de março, devido à Síndrome de Trombose com Trombocitopenia (STT), uma condição caracterizada por coágulos sanguíneos em combinação com baixos níveis de plaquetas no sangue.
Embora as autoridades de saúde do Reino Unido e de outros países tenham anteriormente aprovado o uso da vacina, a AstraZeneca também planeja solicitar a retirada em outras nações. Os Estados Unidos não haviam aprovado a vacina para uso.
A decisão da AstraZeneca vem à luz de um processo judicial em andamento, onde 51 casos de morte ou lesões graves, alegadamente ligadas à STT, foram relatados por famílias. Esses casos levaram a pedidos de indenizações coletivas, com valores que podem chegar a até 100 milhões de libras (aproximadamente R$ 646 milhões).
Em resposta às preocupações, a AstraZeneca destacou que o efeito adverso já era conhecido desde abril de 2021 e havia sido comunicado às autoridades regulatórias. O Ministério da Saúde do Brasil, em dezembro de 2022, atualizou suas recomendações sobre a vacina, direcionando-a para pessoas a partir dos 40 anos, devido aos riscos identificados em faixas etárias mais jovens.
O primeiro caso do processo judicial, de acordo com The Telegraph, foi registrado no ano passado por Jamie Scott, que sofreu uma lesão cerebral permanente após receber a vacina em abril de 2021.
