Vírus Zumbis Adormecidos no Gelo Milenar Despertam com o Aquecimento Global





A crescente ameaça das mudanças climáticas não é apenas sobre tempestades mais fortes ou temperaturas mais quentes; também está trazendo à tona o que muitos estão se referindo como "vírus zumbis". Estes patógenos, que estiveram adormecidos nas profundezas congeladas do permafrost siberiano por até 50 mil anos, estão mostrando sinais de vida devido ao aquecimento global.

O renomado virologista Jean-Michel Claverie, em suas investigações, descobriu que muitos destes "vírus zumbis" retidos nas profundezas do solo ainda são infecciosos, apesar de sua longa hibernação. Com um planeta já 1,2°C mais quente e com o Ártico se aproximando de verões sem gelo até 2030, os riscos associados ao derretimento do permafrost, como a liberação de gases de efeito estufa, já são amplamente discutidos. Contudo, o despertar destes patógenos congelados é uma preocupação emergente e menos explorada.

Ao descrever suas descobertas, Claverie destacou a resiliência e o potencial infeccioso destes "vírus zumbis". A Sibéria, em particular, já experimentou consequências do derretimento do permafrost, como a ativação de esporos de antraz em 2016.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) está intensificando seus esforços, colaborando com cientistas para identificar e estudar patógenos que possam representar ameaças epidêmicas, especialmente aqueles oriundos do permafrost. O laboratório de Claverie, repleto de coletas de suas expedições siberianas, serve como um lembrete físico dos mistérios e potenciais ameaças escondidos nas profundezas congeladas.

Enquanto o debate sobre as implicações e riscos dos "vírus zumbis" continua, Claverie acredita em uma abordagem cautelosa. Em vez de agressivamente buscar esses antigos patógenos, ele sugere monitorar de perto populações que vivem em regiões próximas ao permafrost, como os inuítes. Esta abordagem, ele acredita, pode ajudar a detectar e responder rapidamente a possíveis surtos, minimizando riscos.

Em resumo, enquanto o mundo enfrenta os desafios multifacetados das mudanças climáticas, o possível retorno dos "vírus zumbis" do permafrost serve como um sombrio lembrete de que a natureza ainda tem muitos segredos a revelar. Claverie e muitos outros na comunidade científica acreditam que, em algumas situações, pode ser mais sábio deixar esses segredos descansando em paz.

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