Produtor dos Trapalhões estreia na literatura com obra que revela os bastidores do mercado artístico




Alípio Rangel, renomado produtor com uma vasta carreira que abrange televisão, cinema e eventos, mergulha nas complexidades do mundo artístico em seu livro de estreia, intitulado "Nos Bastidores da Vida". Com uma narrativa ficcional, Rangel tece críticas à política brasileira, destaca os desafios enfrentados pelos profissionais das artes, expõe as hipocrisias da sociedade e explora os conflitos da juventude por meio da história envolvente de Dora.

Com formação em administração de empresas, o autor, originário do Ceará, desempenhou diversas funções no meio artístico durante sua colaboração com a Renato Aragão Produções na década de 1990. Sua experiência de 15 anos na produção de televisão, cinema, exposições e eventos, incluindo contribuições para filmes do icônico grupo "Os Trapalhões", serviu como alicerce inspirador para a criação desta obra literária.

O enredo gira em torno de Dora, assessora de imprensa de Adriano, um aclamado ator. Enquanto trabalha na promoção de uma peça bem avaliada pela crítica, ela enfrenta desafios para ampliar o público. No entanto, as preocupações de Dora não se limitam apenas ao profissionalismo; após um romance mal-sucedido com seu cliente, ela inicia uma jornada de autoconhecimento ao se envolver com Raquel, uma escultora de renome.

O livro, narrado em terceira pessoa, habilmente entrelaça descrições, narrações e diálogos de diversos pontos de vista. Essa abordagem oferece uma visão panorâmica da realidade do Brasil, entrelaçada com as experiências de vida dos personagens. O texto revela aversões à política devido às consequências da ditadura militar, assim como a indiferença da sociedade em relação à arte, especialmente quando inserida no mercado artístico.

O enredo se desenrola no final do século XX, mas os temas abordados convidam os leitores a refletirem sobre a contemporaneidade brasileira. Além do protagonismo feminino, a narrativa abrange questões como a compreensão da sexualidade, os impactos da corrupção no cotidiano da população, as disparidades socioeconômicas e a negligência em relação aos trabalhadores da cultura. Temas que, mesmo após três décadas, permanecem tão pertinentes quanto na época narrada pela obra.


Fonte: jornaldebrasilia.com.br

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