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Declínio de Renda Afeta Mais Brasileiros com Maior Grau de Instrução, Indica Estudo



Um estudo recente realizado pelo IBGE revela uma tendência preocupante no mercado de trabalho brasileiro: nos últimos dez anos, foi o grupo de brasileiros com maior grau de instrução que mais perdeu renda. O resultado mostra um panorama econômico no país que tem se inclinado cada vez mais para a criação de empregos de baixa qualidade, colocando em risco o desenvolvimento econômico do Brasil.

Conforme os dados, jovens que investiram entre 12 e 16 anos ou mais em educação foram os mais afetados. O estudo constatou que o retorno financeiro da educação, que chegava a 641% em 2012, desabou para 353% no segundo trimestre deste ano. Para ilustrar, o rendimento médio dos que dedicaram de 12 a 15 anos aos estudos decresceu 11%, enquanto para aqueles que estudaram por 15 anos ou mais, a queda foi de quase 17%.

Os pesquisadores atribuem essa situação a fatores como um sistema tributário intricado e uma economia relativamente fechada. Esses elementos são apontados como obstáculos para a criação de empregos mais bem remunerados e, consequentemente, para a valorização dos trabalhadores mais qualificados.

Além disso, o aumento da informalidade no mercado de trabalho é outro fator notável. Entre 2015 e 2023, o número de trabalhadores informais dobrou, saltando de 2 milhões para mais de 4 milhões. Este fenômeno ilustra bem o atual cenário brasileiro, no qual mesmo profissionais com formação superior, como engenheiros, se veem recorrendo a ocupações como motoristas de aplicativos para suprir suas necessidades financeiras.

O estudo lança luz sobre desafios que transcendem o mercado de trabalho e tocam em aspectos estruturais da economia brasileira. Aponta para a necessidade de políticas públicas que não apenas incentivem a educação, mas também garantam que ela seja um investimento com retorno garantido para a sociedade.

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