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Moradora de Itupeva reencontra irmã após 78 anos separadas: 'Grande emoção'



No fim de semana do dia 3 de junho, em Minas Gerais, ocorreu um emocionante reencontro familiar que marcou o fim de uma separação de 78 anos. Maria Aparecida Vieira, residente em Itupeva, no interior de São Paulo desde 1996, finalmente realizou o seu sonho de ver novamente a sua irmã. Aos 86 anos, o sentimento de reencontrar parte da família nunca saiu do coração de Maria.

A jornada em busca de pistas sobre a avó começou quando Wanderlei Leandro Vieira, neto de Maria, decidiu procurar outros parentes em Guarulhos, cidade na qual Josefina Bernardes Pinheiro também viveu. Apesar de nenhum familiar ter informações de contato, essa busca foi um ponto-chave para novas pistas.

"Foi ali que tivemos o rastro, que depois que voltou do Rio de Janeiro. Ela tinha voltado para a cidade de origem, em Minas Gerais. Fomos procurando e descobrimos que ela é uma das mais conhecidas de São Lourenço. Achamos ela pelo perfil do Facebook da paróquia. Sanei todas as dúvidas, as duas são idênticas", revela Wanderlei.

Maria Aparecida Vieira e Josefina Bernardes Pinheiro, ambas com 96 anos, foram separadas ainda crianças após a morte do pai. Devido à falta de condições para criar os sete filhos, a mãe entregou cada um deles para diferentes famílias, em estados distintos do país.

Na fase adulta, as duas irmãs se reencontraram brevemente no Rio de Janeiro e logo se separaram novamente. Maria se casou e construiu uma família em Itupeva, onde teve 18 filhos e muitos netos.

Desde então, Maria sempre guardou a lembrança da irmã Josefina e expressava o desejo de reencontrá-la para todos os familiares. Finalmente, esse momento chegou e a emoção foi multiplicada com a presença dos filhos e netos.

"Meu neto falou: 'eu vou pagar toda a despesa da senhora para a senhora ir reencontrar a sua irmã'. Foi onde fui. Ela chorava, eu chorava também no encontro, porque é muito tempo, né? A gente começou a relembrar dos tempos que a gente convivia juntas. Eu tive uma grande emoção. Agora nós estamos em contato", compartilha Maria.

O neto Wanderlei ressalta a importância de proporcionar o reencontro entre as irmãs, mesmo após tantos anos. "Foi uma coisa inimaginável, inacreditável, surreal. O sentimento quando a gente chegou e viu a minha tia avó, foi de arrepiar. Arrepiava de cima abaixo e era como se a gente tivesse encontrado parte de nós mesmos que tivesse perdido, uma emoção que a gente deixou de ter ao longo da vida", afirma.

Para Josefina, a esperança de rever a irmã nunca morreu, mas sem ter muitas notícias, a dificuldade aumentava. "A emoção é muito grande, depois de uma vida de sofrimento. Perdi minha filha de Covid-19, reencontrar minha irmã é muita felicidade."

"Realizamos o sonho da nossa avó antes que ela partisse. E a família cresceu agora. Descobrimos um lado enorme da família que nem imaginávamos", acrescenta Wanderlei, revelando a ampliação do círculo familiar com essa reunião.