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Luiz Schiavon, do RPM, falece aos 64 anos



A música brasileira está de luto. Luiz Schiavon, o cérebro musical e tecladista do grupo RPM, nos deixou aos 64 anos nesta quinta-feira, 15 de junho. O combativo músico lutou bravamente contra uma doença autoimune por quatro anos, conforme confirmado pela família em seus perfis nas redes sociais.


Nascido em São Paulo e filho do comerciante Edmundo Pereira e de Dona Edméia, Schiavon inicialmente sonhava em praticar judô. No entanto, foi no piano que sua mãe insistiu que ele estudasse, formando-se no Conservatório Mário de Andrade em 1977.


A carreira musical de Schiavon começou com uma banda cover do Deep Purple. Foi durante este período que ele conheceu Paulo Ricardo, o co-fundador do RPM. Antes do surgimento do RPM, Schiavon e Ricardo estabeleceram o Aura, um projeto com influências de rock progressivo que durou cerca de um ano e meio.


Schiavon fez história em 1985, sendo a primeira pessoa no país a colocar um computador no palco, com os sintetizadores tornando-se sua marca registrada. Após a dissolução do RPM, ele participou do Projeto "S", uma banda de pop-rock que lançou um álbum por um selo independente e vendeu 15 mil cópias.


No início dos anos 90, Schiavon embarcou em um novo caminho com a gravadora Stilleto, especializada em dance music. Eles lançaram um single intitulado "Alice no País do Espelho", com vocais compartilhados entre a cantora Patrícia Coelho e o vocalista Tzaga Silos.


Em 1992, ele foi chamado para desenvolver um complexo trabalho de shows ao ar livre, semelhante às apresentações do tecladista francês Jean-Michel Jarre. O projeto, que durou dois anos e foi patrocinado pelo Bamerindus, realizou cerca de 40 apresentações por todo o sul do Brasil, de São Paulo ao Rio Grande do Sul.


Schiavon, que já havia se distanciado dos palcos, iniciou um novo capítulo de sua carreira em 1996, compondo trilhas sonoras para novelas da Rede Globo, incluindo "O Rei do Gado", "Terra Nostra", "Esperança", e "Madre Maria".


A nostalgia do RPM o atraiu de volta em 2002 para um trabalho na MTV e uma turnê que durou quase dois anos. Em 2004, ele e o ex-guitarrista do RPM, Fernando Deluqui, formaram a banda LS&D, cuja faixa "Madrigal" foi escolhida como música de abertura da novela da TV Globo "Cabocla".


Schiavon também dirigiu a banda do "Domingão do Faustão", um programa semanal exibido pela Rede Globo, de 2004 a 2010. Em 2011, ele retornou para um novo projeto com o RPM, lançando o álbum duplo "Elektra" e partindo em turnê por cinco anos.


Em 2018, três dos quatro integrantes do RPM decidiram continuar sem Paulo Ricardo, que optou por seguir em carreira solo. Entre 2020 e 2022, Schiavon passou 18 meses longe do RPM por problemas de saúde.


Luiz Schiavon deixa um legado de inovação, paixão e dedicação à música brasileira. A perda de sua presença e talento será profundamente sentida.