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Em meio à crise, brasileiros viajam menos e turismo despenca no país



O cenário de inflação, queda de renda e precarização dos brasileiros, além do custo cada vez mais elevado das passagens, vem prejudicando também o setor do turismo, que registrou uma queda de 41,1% no número de viagens nacionais e internacionais em relação a 2019, segundo indicou um estudo feito pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), com base em resultados da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua).


Em 2019, antes da pandemia de Covid-19, o levantamento tabulou um total de 20,9 milhões de viagens para dentro e fora do país com pernoite. No ano passado, esse número caiu para 12,3 milhões. As restrições, no entanto, explicam apenas parcialmente a queda, já que em 2020, quando não havia vacinação, foram analisadas 13,6 milhões de viagens, 35% menos que em 2019 e 10% acima de 2021.


Para Flávia Vinhaes, analista do IBGE que realizou a pesquisa, os efeitos da crise pioraram o que foi causado pela pandemia. “O ano de 2021 foi pior para o turismo no Brasil do que 2020. A crise se aprofundou”, disse ela, em entrevista à Folha de S. Paulo.


A divisão dos destinos também mostra a queda na renda da população. Em 2019, a pesquisa contabilizou 20,1 milhões (96,2%) de viagens domésticas e 799 mil internacionais (3,8%). Já no ano passado, foram 12,2 milhões (99,3%) de viagens dentro do país e apenas 90 mil (0,7%) para o exterior.